26 de junho de 2013

A hora é agora


Ricardo Welbert

Em seu programa semanal na rádio Ativa FM, José Raimundo Machado exibe uma música de Martinho da Vila cujo refrão diz: "Canta, canta, minha gente, deixa a tristeza pra lá". Esse artista foi colega de Machado na escola do Exército, na Urca e no Realengo, no Rio de Janeiro, quando ainda não era famoso. Essa música faz jus ao povo pitanguiense, que precisa cantar forte e cantar alto nestes momentos que antecedem as comemorações pelos 300 anos da cidade.
 
No período colonial, os poucos que conseguiam cantar, tinham que fazê-lo baixo, pois a repressão da aristocracia reinante era violenta. Pelos lados de Ouro Preto, Sabará e Mariana, primeiras vilas do ouro de Minas Gerais, havia uma mistura de ciúme e inveja de Pitangui, porque aqui começaram a ser encontradas pepitas de ouro do tamanho de batatas e muita gente que garimpava nestas cidades correu para cá. Nossos antepassados pitanguienses sofreram muito com esses sentimentos.

Por conta disso, a história de Pitangui passou a ser abafada pela Corte, para que a verdade nas coisas que aqui aconteciam não fossem divulgadas na época. Agora, estamos liberados dessas algemas e podemos usar todos os meios ao alcance para promover os 300 anos deste lugar que, tão grande sua extensão, chegou a ser chamado de "país do Pitangui".
 
A festa do tricentenário não pode ser como as anteriores, com meia dúzia de organizadores puxando a população para um lado, meia dúzia puxando para outro e, no fim das contas, não dando em nada. Se faltar organização nos preparativos, a importante data não chamará a atenção da mídia. Se a comemoração de 2015 for transformada em um evento jornalístico, o nome de Pitangui poderá reverberar pela região, pelo estado e pelo mundo, por meio da globalização da informação.
 
É urgente a criação de uma comissão formada por representantes de todos os segmentos da cidade, de várias idades e classes sociais para, junto ao poder público, começar a pensar nas atrações do tricentenário e de sua promoção. Agora é a vez de a população pitanguiense cantar forte e cantar alto, para ter seu merecido reconhecimento.

(*) Ricardo Welbert é jornalista. Repórter de O INDEPENDENTE e subeditor do jornal Agora, de Divinópolis.

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